29.12.16

NÃO SABEMOS


Não se pode abraçar uma lembrança.

A matéria dos sonhos é volátil.
Inaudível 
a harmonia da água
que pode ser ribeiro
que pode ser naufrágio.
A cor é a que não vemos
e o negro só existe se pensado.

Na floresta dos nomes que sabemos
erguem-se vozes
com que abrimos clareiras
de silêncio
e esperamos o odor de novas flores.

Tudo o que importa já existe
mas não sabemos
que nome dar ao que navega além do corpo
além da casa dos sentidos.

Licínia  Quitério

2 comentários:

LuísM Castanheira disse...

realmente pouca coisa na vida importa.
e o que importa por vezes cegos ficamos ao que (já) existe.
bom ano (e com esta bela poesia).
abraço.

Graça Pires disse...

Mas sabemos que és uma excelente poeta, Licínia...
Um ano de 2017 cheio de tudo o que mais desejas.
Um beijo.

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