24.11.13

A BELEZA


Um tecido de nuvens não é mais belo que uma folha de plátano. Tudo tem seu lugar na imaginada tela de ternuras que irrompe nas tardes friorentas de gatos ronronando na mansidão dos donos. Nada é mais belo do que a liquidez de uma estrela no charco da solidão. Bela é a audácia das libelinhas afrontando a secura. E que dizer da claridade fechada nos punhos dos que lutam quando é de breu a desventura? Mora a beleza em seus palácios de vento, mutantes, inconformes, eternamente desassossegados. Nos espelhos a vemos, intocável, serena como os dosséis do sono.


Licínia Quitério

3 comentários:

Justine disse...

E é por ela, pela beleza, que somos! Por textos como este teu...

Anónimo disse...

No fundo das palavras, a liquidez do sonho. Por isso a beleza brilha e reflecte, como aqui, falada e capturada por ti.
Bjinho da bettips

Manuel Veiga disse...

repleta de claridades - assim a urdidura de teu texto. belíssimo.

beijo

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