12.6.13

DAS FLORES


Posso falar-te das flores. Baixinho, na dobra do outono, quando se despedem as voadoras. Em voz clara, nas harpas da primavera, dedilhando a esperança. No cimo da montanha, na coroa do verão, de braço dado com as raparigas de desejo suadas. No inverno, sim, posso tentar a fala rouca das sementes na espera em seu covil. Flores de todo o ano, sempre vivas, adornando versos, muros, campas, berços, canteiros, boas vindas, despedidas. Ai de nós na desistência das flores, descoloridas, tímidas, procurando o chão, cansadas flores, despedaçadas, violetas em botas cardadas, ainda assim perfumadas, alento de poetas, de virgens esfomeadas. Falemos então das flores.

Licínia Quitério

5 comentários:

Mar Arável disse...

Lindas as flores

mesmo quando se desfolham

Bj

vida entre margens disse...

Falemos então das flores, e deixemos que os aromas nos envolvam...

Deixo-lhe beijinhos Licínia, aqui, neste Sítio, onde as leituras me acrescentam...

Bom fim de semana!

Justine disse...

E que bem falaste!

Manuel Veiga disse...

gosto dessas flores, "na dobra o Outono"...

que encanto de flores...

as tuas. belíssimas.

beijo

M. disse...

Lindíssimo Licínia!

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