6.8.12

AGOSTO


Neste hemisfério, onde agosto 
se abre  
à devassa do sol, é que folheio o verão,

soletro a imensidão dos dias e recupero
o olhar magnífico dos homens do deserto.
As macieiras vergam-se ao poder dos sumos.
As fadas da luz soltam risadas e tomam 
nomes de crianças polvilhando as praias.
A impaciência das chamas só acalma 
nas memórias de paz jazentes nos aquários.
No mês da grande lua, um frémito perpassa
as folhagens da noite. Trémulos, os homens
avançam a derrubar as invisíveis grades.
Os seus braços sobem, ansiando pelas torres
onde possam ser corujas, fartos de serem ratos.

Licínia Quitério

2 comentários:

maria joão moreira disse...

Belíssimo poema! Muitos parabéns!

vieira calado disse...

Muito bom, o poema!
Desejo--lhe uma feliz semana!

Beijinho para si!

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