23.6.12

HÁ NO MAR UM LUGAR



Há  no mar um lugar que me pertence 
desde os meus tempos de alga envolta 
em espuma, nas cavernas mais fundas 
da inocência. Lugar de estrelas de alva, 
de cabeleiras de mulheres, perdidas na 
contagem das areias, de perfis de homens
buscando a rocha mãe. De luminárias
no dia antes das noites, dos lobos, 
das mortes. De castelos de vidro
na inquietação das mãos, no não saber 
da aresta viva, do golpe, do sangue. 
O lugar onde dormem as roupas velhas, 
as dúvidas, a serenidade dos meus olhos 
a acalmar tormentas.


Licínia Quitério

2 comentários:

Manuel Veiga disse...

um lugar pleno. de onde irradia a força telúrica da tua Palavra. e a serenidade de teu olhar poético.

beijo

bettips disse...

E quando quero sonhar pedras e água e humanidades... aqui me deleito! E é sempre, à espera do "tal poema" que assome...
Bjinho

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